Damião Ramos Cavalcanti

Enquanto poeta morrer, a poesia haverá de viver

Textos



O MEU MITO
 
Sou o mythos do meu mito.
Na verdade,
Às vezes minto,
Mas,  sem dúvida, o que sinto.
 
O que sinto é um reflexo,
Do meu mito naquele espelho
E acontece, quando não quero,
Um amplexo comigo mesmo.
 
Quatro braços se abraçam,
Num só corpo bem fundidos,
Sem distinguir quem é quem,
Depois do abraço, iludidos.
 
Aqui fora ou ali dentro,
O espelho me confunde,
Qual dois eu invento
Para ser “mythos”, ele ilude.
 
Um daqueles é o mortal,
Que em frente ao pedestal,
O seu herói se admira.
 
A verdade incontida,
Contra o espelho, a pedra atira
E quebra toda a mentira.
Damião Ramos Cavalcanti
Enviado por Damião Ramos Cavalcanti em 25/07/2010


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