Damião Ramos Cavalcanti

Enquanto poeta morrer, a poesia haverá de viver

Textos


A Petrobrás de Cabedelo
 
          Há muito tempo, os paraibanos andam lamentando a marginalização do nosso Estado em relação aos recursos provenientes da União para o nordeste; somos parte da Federação, porém um estado federativo desprezado e esquecido. Argumentam de várias maneiras, mas as premissas mais fortes são a falta de prestígio dos nossos políticos junto ao Governo Federal e a desunião deles no sentido de formarem uma só voz para que ela seja uníssona e escutada pelo poder decisório, como fazem outros estados vizinhos e distantes.  Ao olharmos o crescimento dos vizinhos, somente o conformismo nos livraria da inveja...

          Vivendo-se seca e carestia, revoltam-nos a não prioridade política à transposição das águas do rio São Francisco que poderiam ser desviadas para regiões que sofrem de seca, perdendo lavouras e criações; a transnordestina, excluindo a Paraíba desse definido nordeste; nosso pequeno aeroporto Castro Pinto que não é, como os outros, reestruturado, mesmo considerado necessário à vocação turística da nossa terra; a duplicação da rodovia Campina Grande – Cajazeiras – Campina Grande para se evitarem acidentes e mortes nessa longa estrada ao sertão; a exploração do petróleo existente na bacia sertaneja; enfim, a construção de um “porto de águas profundas”, dada a posição privilegiada e a importância histórica dos nossos mares aos outros estados e países, o que poderia ser excepcional fator para nosso desenvolvimento.

          De repente, “em cima de queda coice”, noticia-se que transferirão a Petrobrás do Porto de Cabedelo para o de Suape em Pernambuco.  A reação dos paraibanos não foi proporcional aos eventuais estragos e às consequências do transtorno noticiado. Contudo, a mídia alardeou essa estapafúrdia ideia e parlamentares, o prefeito de Cabedelo, deputados e senadores foram à Brasilia desfazer essa má intenção; por sua vez, o Governador, como assegurou, foi ao Rio para se reunir com a presidente da Petrobrás e saber a veracidade do assunto, de quem, conforme a imprensa, recebeu a promessa de que a Petrobrás permaneceria no Porto de Cabedelo.  Tudo isso pareceu “maquinação federal”  para esquecermos o que nos é constantemente negado; ameaçam retirar a Petrobrás e depois decidem  “deixar como está”, como isso fosse  um  favor. Favorecimento? Quais benefícios trouxe tal promessa à Paraíba? Nenhum, continuamos tais e quais como éramos antes...  Desse modo, não há para nós motivo de alegria, mas tão somente de diminuição da indignação sofrida, pois, não é dessa vez que transferirão a Petrobrás da Paraíba.  
 
 
 
Damião Ramos Cavalcanti
Enviado por Damião Ramos Cavalcanti em 09/08/2013
Alterado em 10/08/2013


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