Damião Ramos Cavalcanti

Enquanto poeta morrer, a poesia haverá de viver

Textos


 O novo Espaço Cultural
 
          Conheço, da profundidade do seu poço à altura do seu teto, o Espaço Cultural José Lins do Rego; das alíneas estatutárias aos objetivos reclamados pelo povo,  pelos artífices e agentes culturais à Funesc, Fundação, da qual sou ex-presidente, criada para captar meios à manutenção e ao funcionamento dessa  casa de cultura. Depois da sua desbravadora construção pelo então governador Tarcísio Burity, desde 1982, há 32 anos, jamais  aconteceu uma recuperação tão transformadora como a atual na beleza e na funcionalidade desse topos da cultura do nosso Estado. Felicitações ao Governo do Estado por, dentre outras ações, também na Fundação Casa de José Américo, no Cine São José em Campina Grande, ter tido corajosa disposição para tanto, o que, há tempo, o paraibano esperava.
          Reconheço que o Espaço Cultural tornou-se maior atração turística, assemelhando-se ao visitadíssimo Centre George Pompidou (Beaubourg), de Paris, ao estar em condições de ser mostrado àqueles que desejam ver a Paraíba. Arquitetado pelo famoso Sérgio Bernardes, nos 54 mil
de área coberta, abriga inúmeros eventos, afirmando-se também como centro de convenções, mas, sobretudo como polo aglutinador e irradiador das artes, da cultura e do lazer no Estado. Já houve megasshows, na Praça do Povo, com até vinte mil pessoas confortavelmente acomodadas; agora essa Praça se encontra com iluminação, piso, teto e palco completamente novos. E para completar, um luxuoso cinema construído na antiga Pista de Patinação, transformando o Cine Banguê, além do Teatro Paulo Pontes, numa excelente sala para apresentações de shows musicais e gravações que exigem refinada acústica, como é caso dos concertos ou da nossa Orquestra Sinfônica da Paraíba.  
          Conheço também as críticas sobre  aquele Espaço Cultural “abandonado”, diante disso, reagindo à gratuita admiração aos que nada fizeram ou à injusta ingratidão àqueles que fazem quase tudo; sobretudo ao empreendedor Burity, quando consideravam sua “obra faraônica”, fadada a se metamorfosear num “elefante branco”, apesar de ter sido construída com recursos a fundo  perdido e exatamente para esse fim. Quanto à sua suntuosidade, confesso: admiro obras majestosas feitas para o povo que contradizem o luxo elitista, vejam-se os cinemas ou o Metro de Moscou, com vitrais de catedral; quanto ao equivocado perdularismo, reconheça-se que, hoje, o Espaço Cultural é pequeno, contudo bem maior do que a visão daqueles que não reconheceram ou negam, em todos os sentidos, sua grandiosidade. O Espaço Cultural sempre será templo da cultura paraibana.

 
 
Damião Ramos Cavalcanti
Enviado por Damião Ramos Cavalcanti em 11/07/2014


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