Damião Ramos Cavalcanti

Enquanto poeta morrer, a poesia haverá de viver

Textos


             
             Virtudes nas parábolas, vícios nas fábulas

          As fábulas são comparações de animais com características de costumes humanos. As parábolas, também comparações, mas apenas humanas, circunstâncias onde e quando  homens e mulheres protagonizam ensinamento a respeito da misericórdia, da bondade , da justiça ou das virtudes contrárias à vingança, ao ódio e à injustiça.  Ambas são  analogias. Jesus Cristo usava parábolas e comparações como a de igualar o hipócrita a um sepulcro caiado.
         Anos atrás, meu inesquecível amigo Luizito me dizia que as abelhas são inofensivas, dão-nos o mel, mas há gente semelhante a abelhas selvagens que nos  atacam com veneno, protejamo-nos com  nuvens ou cortinas  de fumaça. Já contra indivíduos parecidos com aves de rapina, répteis ou feras, usemos a distância; mas, se próximos, correntes, grades e jaulas...
          Conhecemos a natureza dos animais, mas a dos animais humanos é de decepcionantes surpresas, porque a maldade é mais criativa  do que a sossegada bondade. Nas fábulas ,  os homens bichos demonstram esperteza, sagacidade, preguiça, ganância, discórdia, desonestidade, deslealdade  e inveja, mas os fabulistas intuem isso no quotidiano popular que atribui essas qualidades aos bichos à semelhança dos homens. A título de exemplo, à noite, quando é menos perseguido, o rato faminto sai da toca para matar a fome na nossa cozinha, então aplicamos normas éticas: Os camundongos não devem comer o nosso queijo. Ora, os ratos irracionais não sabem que o queijo não lhes pertence.
           Assim,  chamam também de "rato" quem "racionalmente" surripia o alheio; dirigentes e políticos que furtam o que é do povo, sabendo o que pertence ao povo... Aos desleais e traidores dão o nome de raposas; aos aproveitadores, de hienas; ou de escorpião ao que atravessou o rio nas costas da rã, para ferrá-la em terra firme...  Há exceções. Contudo, nesse sentido, "data venia", parte do Congresso é um zoológico, de idôneos para julgar?         
Damião Ramos Cavalcanti
Enviado por Damião Ramos Cavalcanti em 01/04/2016
Alterado em 02/04/2016


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