Desgastada pelo não uso
A Ética parece perder seu significado ou seus valores, esvaziando-se, cada vez mais, quando citada pelos não éticos nos parlamentos e julgamentos da vida. Realidade preocupante porque se alarda, sem constrangimentos, ameaçando a nossa vida social: Vive-se com medo... Esta enfermidade social se espalha numa velocidade estupenda como se fosse uma peste contagiosa, com aspectos de normalidade pelo esmagador volume de notícias sobre o indesejável da nossa conduta. A banalidade desmancha a consciência coletiva sobre nossos deveres e consequentemente sobre os nossos direitos. É elogiável a determinação do Governador Ricardo Coutinho ao Secretário da Educação Aléssio Trindade de inserir a Ética no conteúdo do processo de ensino-aprendizagem das escolas públicas; quiçá o Conselho Estadual de Educação programe assim aulas das escolas particulares.
O mundo que ora se modela não caberá dentro do nosso planeta... Seria preciso reconstruir uma nova ética que fale mais alto às consciências antes da ação? Do individualismo surte um egoísmo que esmaga qualquer percepção, valorização e respeito pelo outro, adoentando um mundo cada vez mais desigual e de violentas desigualdades. Urge que a humanidade se una no despertar e no ensino da solidariedade. Nesse barulho, valores se apequenam e, tímidos e sem coragem, não enfrentam "absurdos" e irracionalidade como a corrução e a violência.
Por que não se dizer "basta"? Não precisamos de corretos omissos. Suas omissões roboram injustiças e atos corruptos, enquanto se calam; não erram porque não agem... O povo, na política e na justiça, é carente de quem pratique Ética e solidariedade, a "dar a cada um o que é seu" e a defender o que é nosso, sem temer os que não têm e tampouco a ganância dos que muito têm...
