POETA IN EXTREMIS
Damião Cavalcanti
Tão somente isto eu sou,
Não há tempo para ser mais,
Como fruto amadurecido,
Que resulta da árvore e cai.
Na queda, sou tudo isto,
Ser além de poeta eu desisto.
Recuso-me a querer ter,
Lutar com desastrosos ventos,
Disputar caminhos, destinos,
Tomado pelo desalento
E cansado contra os desatinos.
Sou realizado no meu ser,
Não quero mais do que sou,
Para ser mais não tenho tempo.
Damião Ramos Cavalcanti
Enviado por Damião Ramos Cavalcanti em 23/03/2010