|
O MEU MITO Sou o mythos do meu mito. Na verdade, Às vezes minto, Mas, sem dúvida, o que sinto. O que sinto é um reflexo,Do meu mito naquele espelhoE acontece, quando não quero,Um amplexo comigo mesmo. Quatro braços se abraçam,Num só corpo bem fundidos,Sem distinguir quem é quem,Depois do abraço, iludidos. Aqui fora ou ali dentro,O espelho me confunde,Qual dois eu inventoPara ser “mythos”, ele ilude. Um daqueles é o mortal,Que em frente ao pedestal,O seu herói se admira. A verdade incontida,Contra o espelho, a pedra atiraE quebra toda a mentira.
Damião Ramos Cavalcanti
Enviado por Damião Ramos Cavalcanti em 25/07/2010
|
|