ESCRITOS NA ÁGUA
Escrevo sem tinta
No teu submerso,
Palavras esquecem,
Resta apenas um verso.
Escrevo com o dedo,
Na água salgada,
Foge-me o desvelo
De mantê-la guardada.
As águas se juntam,
Apagam a poesia,
Se salva um verso,
Na sã maresia.
Ora voz, ora risos,
O que vem da sereia,
Com colar de mariscos,
Enfeitados de areia.
O amor que escrevi
Naufraga no mar,
Com sereia e algas,
A vontade de amar.
Damião Ramos Cavalcanti
Enviado por Damião Ramos Cavalcanti em 31/01/2011
Alterado em 01/02/2011