A Petrobrás de Cabedelo
Há muito tempo, os paraibanos andam lamentando a marginalização do nosso Estado em relação aos recursos provenientes da União para o nordeste; somos parte da Federação, porém um estado federativo desprezado e esquecido. Argumentam de várias maneiras, mas as premissas mais fortes são a falta de prestígio dos nossos políticos junto ao Governo Federal e a desunião deles no sentido de formarem uma só voz para que ela seja uníssona e escutada pelo poder decisório, como fazem outros estados vizinhos e distantes. Ao olharmos o crescimento dos vizinhos, somente o conformismo nos livraria da inveja...
Vivendo-se seca e carestia, revoltam-nos a não prioridade política à transposição das águas do rio São Francisco que poderiam ser desviadas para regiões que sofrem de seca, perdendo lavouras e criações; a transnordestina, excluindo a Paraíba desse definido nordeste; nosso pequeno aeroporto Castro Pinto que não é, como os outros, reestruturado, mesmo considerado necessário à vocação turística da nossa terra; a duplicação da rodovia Campina Grande – Cajazeiras – Campina Grande para se evitarem acidentes e mortes nessa longa estrada ao sertão; a exploração do petróleo existente na bacia sertaneja; enfim, a construção de um “porto de águas profundas”, dada a posição privilegiada e a importância histórica dos nossos mares aos outros estados e países, o que poderia ser excepcional fator para nosso desenvolvimento.
De repente, “em cima de queda coice”, noticia-se que transferirão a Petrobrás do Porto de Cabedelo para o de Suape em Pernambuco. A reação dos paraibanos não foi proporcional aos eventuais estragos e às consequências do transtorno noticiado. Contudo, a mídia alardeou essa estapafúrdia ideia e parlamentares, o prefeito de Cabedelo, deputados e senadores foram à Brasilia desfazer essa má intenção; por sua vez, o Governador, como assegurou, foi ao Rio para se reunir com a presidente da Petrobrás e saber a veracidade do assunto, de quem, conforme a imprensa, recebeu a promessa de que a Petrobrás permaneceria no Porto de Cabedelo. Tudo isso pareceu “maquinação federal” para esquecermos o que nos é constantemente negado; ameaçam retirar a Petrobrás e depois decidem “deixar como está”, como isso fosse um favor. Favorecimento? Quais benefícios trouxe tal promessa à Paraíba? Nenhum, continuamos tais e quais como éramos antes... Desse modo, não há para nós motivo de alegria, mas tão somente de diminuição da indignação sofrida, pois, não é dessa vez que transferirão a Petrobrás da Paraíba.
Enviado por Damião Ramos Cavalcanti em 09/08/2013
Alterado em 10/08/2013