As cinquentinhas
Lembro-me que, nos anos de 1952 a 1962, proprietários de bicicleta faziam de tudo para emplacar esse prático transporte tão usado nas pequenas e grandes cidades orientais e ocidentais. Quanto a Pilar e a Itabaiana, bicicleta com placa crescia de valor, ficava parecendo automóvel... Rogavam-se a "Seu" Paiva, Chefe do DETRAN local, números de sorte, fáceis de decorar, como eles significassem: Esta bicicleta é minha. Bicicleta sem placa se confundia com a roubada. Contra isso, os cavalos eram ferrados com as iniciais do dono.
Tempos passaram, hoje, quanto mais se multiplicam as bicicletas, mais desaparecem suas identificações, até se liberando motocicleta de baixa cilindrada das obrigações do veículo comum, mesmo eles veiculando, sem identificação, fazendo tantos transtornos no trânsito; passam por onde não podem, vão aonde não devem, derrubando gente, amassando carros, causando graves acidentes. Nessas rápidas circunstâncias, qual é a "cinquentinha", quem é o infrator? Talvez a camisa do motoqueiro, quando a usa, ajude a identificá-lo. Pouco se sabe; talvez haja, ao seu lado, "moto roubada" ou, pior, a serviço do roubo, dos assaltos, nas calçadas, arrancando relógios e bolsas dos transeuntes, especialmente dos idosos.
Estranho como uma necessidade de identificação tão premente deixe dúvida quanto à sua urgente providência: exijam-se das cinquentinhas números que as identifiquem... E taxa? Pode ser simbólica, mas que haja seus emplacamentos, já que são usadas, como vêm sendo, para a violência a mão armada e até para a prática de assassinatos. É de irresponsável demagogia o político que defende o consequente anonimato desses crimes. As cinquentinhas devem ter placa, com números visíveis e legíveis. Assumo a voz dos vários conhecidos que já foram picados por essas abelhinhas ou atacados por esses marimbondos...
Damião Ramos Cavalcanti
Enviado por Damião Ramos Cavalcanti em 25/09/2015
Alterado em 25/09/2015