Damião Ramos Cavalcanti

Enquanto poeta morrer, a poesia haverá de viver

Textos



                  Reedição do Dicionário de Coriolano

           Em 1944, "trinta e três anos depois da primeira", Coriolano de Medeiros entregava à segunda edição seu  precioso Dicionário Corográfico do Estado da Paraíba.  Desde 15 de outubro de 2007, quando ingressei na Academia Paraibana de Letras (APL), escutava reclamação do cronista confrade Gonzaga Rodrigues, com quem faziam coro Humberto Mello, Itapuan Botto e Almiro Sá, pela reedição desta esgotada obra, de um dos  fundadores e primeiro Presidente da APL. 
         Agora, Gonzaga, prazenteiro, escreve a  introdução da desejada  reeditoração, onde situa o requerido livro no seu contexto histórico e o compara com outros estudos corográficos paraibanos, iniciados por Beaurepaire - Rohan tão logo deixou o Governo do Estado. Este interesse acadêmico se concretiza pela iniciativa do Instituto Federal da Paraíba (IFPB), do ilustre reitor Cícero Nicácio, ao trazer à luz, como o I SEL da APL, saudável  fruto do Convênio entre nossas instituições, dando-nos rica corografia, conforme o autor, "indispensável  a quem quer que deseje conhecer a Paraíba", como caracterizou José Lins do Rego, em Poesia e Vida: Um dicionário "deve ser um ser vivo, uma súmula da vida, mais um instrumento de aprendizagem que um objeto de luxo (...). Paternal, simples, dando-nos o valor e o significado das coisas, sem pretensões, capaz da mais franca intimidade, generoso, probo, fácil".
         Vocabulários ou glossários nos manuais de ensino me afeiçoaram a dicionário, hoje, tendo-o em dezenas ao meu alcance. O que corrobora Graciliano Ramos, em Linhas Tortas: "(...) Não poderíamos trabalhar sem ele, como não poderíamos trabalhar sem couro ou tijolos se fôssemos sapateiros ou pedreiros";  instrumento da palavra adequada à ideia; e, por não ser opinativo, livro em que mais acredito. Há quem o trate como obstáculo à inovação da linguagem "dura e inflexível", o que contradigo: O dicionário exerce  também a função patrimonial de ser memória. Assim, esta reedição, sem alterações, desfaz reclamada ausência. Temos tempo, vida, lacunas; cabe-nos preenchê-las...
 

 
Damião Ramos Cavalcanti
Enviado por Damião Ramos Cavalcanti em 31/07/2016
Alterado em 31/07/2016


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