Damião Ramos Cavalcanti

Enquanto poeta morrer, a poesia haverá de viver

Textos


                               Enfim, a vacina e a vacinação  

          Assim que surgiu o coronavírus, em terras distantes, por aqui, alguns começaram a fakenewsiar que o mal seria dessas próprias terras, inventando, como bruxos ou bruxas, estórias e paneladas com cobras, escorpiões e morcegos. Esses ideologizaram a doença, movidos por um insano fanatismo, própria de facção religiosa. Outros, começaram a temer que o vírus fosse trazido para cá pelos ventos. Atravessou céus e mares, mas não foi trazido por qualquer ventania, foi através de gente, como nós, fazendo uma rede de contágio, com a doença, rompendo fronteiras, atravessando mares, descendo no nosso país festivamente, dançando carnaval e espalhando-se pela cidade e pelos estados. Desde o início, verificou-se que tal mal era mortal. Contudo, o idiotismo, diante de uma coisa tão patente, como se fosse “autoridade” sem autoridade, falou do assunto, banalizando-o, com o desdém de que se tratava de uma “gripezinha”.  Parecia estar consorciado com o vírus, que facilmente se alastrou pelas nossas regiões, estimulado ao uso de placebos e paliativos.
          Veio a onda de remédios improvisados, receitas às compras de produtos fabricados, às pressas, apropriados ao lucro e aos bons negócios. Mas, o bom senso, observando a quantidade de mortos, a falta de caixões para os corridos enterros, a escassez de leitos, de respiradores e de oxigênio, defendeu o isolamento social para evitar a pandemia em escala. E o remédio? Todos se mantiveram na esperança de que surgisse uma medicina para frear a pandemia. E haja, internacionalmente, o vexame em buscar a solução que seria, em voz unânime, a vacina, o profético do passado, com a qual e tal se combateram outras pestes, que mataram pedaços da humanidade. Logo se revelaram experiências promissoras que, anunciadas, foram objeto de críticas, retaliações e rejeições de ordem político-ideológica, entre os políticos, descorteses, entre as nações, antidiplomáticas, o que ocorre lamentavelmente no nosso Brasil, até entre as famílias. Mas, só a vacina seria o remédio definitivamente preventivo.
          Enfim, a vacina já chegou, mesmo que, por extrema necessidade, com tardança, houve autoridades insensatas que, através da mídia, da burocracia e dos entraves de controle, vem atrapalhando que ela nos beneficie na quantidade desejada. Isso é um mundo de ingratidão àqueles que, cientificamente e de modo desinteressado, dedicaram-se, reclusos nos laboratórios, à pesquisa para a produção desse soro milagroso. Os idiotas continuam a blefar e a rejeitar vacina a ou vacina b, querendo interferir naquilo que nos virá, conforme sua proveniência. Quando, internacionalmente, considera-se que todos os países são seriamente capazes de produzir a vacina contra a Covid-19, tão bem comprovada pelos mais criteriosos testes.
          Enfim, a vacina chegou, aqui, perto das nossas casas, só rendemos agradecimentos pelas inciativas e diligentes ações do Governo da Paraíba, em nos colocar no ranking desses cuidados. Mas, contra a demanda e os meios favoráveis à aquisição por parte do Estado, interpõe-se a diminuta oferta, também atrapalhada por tantos incompreensíveis desalentos políticos. Mesmo assim, ninguém quer mais vacinar do que o Governador João Azevêdo, e mais do que ele multidões de paraibanos e de paraibanas desejam ser vacinadas. Diante de tal querer, dever-se-á criteriosamente organizar a ordem de vacinação. Enquanto aguardo a minha vez, cumpro o isolamento, uso a máscara de proteção facial e lavo, constantemente, as mãos, especialmente com álcool 70.  Detestáveis são aqueles que, omissos ou contrários à vacina, lavam as mãos como Pôncio Pilatos.

 
Damião Ramos Cavalcanti
Enviado por Damião Ramos Cavalcanti em 21/01/2021
Alterado em 21/01/2021


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