Comparação, escolha e bandeiras
Não há eleição sem escolha, sem o mínimo de comparação, o que é necessário porque sem comparar não se exercita uma boa escolha. Se o leitor eleitor deseja fazer cuscuz, então ele compara farinha de trigo, maisena e fubá, que estão na prateleira entre outros pós, e escolhe o ingrediente certo, que é a farinha de milho; só assim poderá realizar o que quer... No “horário gratuito”, existe uma quantidade expressiva de candidatos com distintas e diferentes qualidades, o que enriquece a democracia, mas que alguns procuram se confundir e confundir, até mesmo usando camisas da mesma cor... Daí, sempre repetir em poucas palavras: ninguém escolhe sem comparar, especialmente as qualidades individuais dessas pessoas, possivelmente tendo aos olhos seus históricos de vida pessoal, profissional e política. Quando apresentam candidato único, costumo ouvir do eleitor: “Não tive escolha, não pude comparar”; quando o voto é trocado por dinheiro, configura-se a opção desvirtuada, incorreta, fora dos padrões éticos, contudo, não deixa de ser uma escolha do eleitor por mísera razão. Hoje, isto se transforma, pouco a pouco, em conduta reprovável, contrária à cidadania. Bem diferente das eleições capitaneadas pelos “coronéis”, então “proprietários” de redutos eleitorais, a compra de voto vem sendo repudiada pelos que desejam o bem da nossa sociedade e até punida pela Justiça, que anda vigilante, com maior dedicação no dia da eleição que se aproxima.
Há de tudo. A Bandeira Nacional, desde 19 de novembro de 1889, após 96 horas da Proclamação da República, oficializada por Decreto de Benjamin Constant, também assinado pelo Marechal Deodoro da Fonseca, é o símbolo maior de todas e de todos os brasileiros. Existem regras severas para o uso devido e respeitoso da Bandeira Brasileira. Desde então, nenhum partido, nenhum time de futebol, alguma associação usurpou para si esse símbolo de todos nós. Cada partido, cada time de futebol, tenha a sua bandeira e não corrompa a nossa. Tornam-se exemplos escolas de samba, agremiações religiosas ou esportivas, cada uma criou a sua própria bandeira, respeitando a exclusividade de a nossa bandeira simbolizar apenas o nosso país...
Decepções experimentadas educaram o povo a recorrer eleitoralmente aos candidatos que já provaram e comprovaram o bem-fazer e que se portam como o bem exige. É o que analisou o meu companheiro de crônicas, Gaudêncio Torquato, no seu então texto dominical: “Continuar versus mudar”. Assim explica esta tendência: “Em alguns Estados, segundo as pesquisas, candidatos que simbolizam a continuidade (ou, digo eu, continuar mudando para melhor) são favoritos (...)”. E continua: “Em primeiro lugar, satisfação social. O que, na linguagem dos esportes, corresponderia à pergunta: por que mudar o que está dando certo?” Poderia acontecer uma aventura? Enfim, conclui: “O lema deste ano pode, até ser este: a esperança de continuar venceu a vontade de mudar.” Isto é, caso não tenha ocorrido a experiência de um consagrado mau governo, seja na prática, seja na teoria.
Não só nas então palavras de Torquato, muitos anos atrás! A confiança no que está exitoso venceu a probabilidade de aventurosa mudança. Assim, os candidatos favoritos ao Governo do Estado vêm demonstrando, na sua história política, feliz desempenho, confirmando em suas gestões maturidade política, dinamismo, trabalho, seriedade com a coisa pública e tirocínio administrativo. Convencem pelo inquestionável lógico Aristóteles: Contra fato não há argumento (Contra factum argumentum non datur). Estando-se no bom caminho, aos outros candidatos, paciência. Resta-lhes acatar a vontade do povo.