Damião Ramos Cavalcanti

Enquanto poeta morrer, a poesia haverá de viver

Textos


 

              Sarah Cavalcanti, na CasaCor Paraíba 2023

 

          A menina brinca, geralmente, de ser mãe, e o menino, de ser pai. Há quem diga que, quando adultos, ela e ele também brincam, com a meninada, como se filhas e filhos fossem os então bonecas e bonecos da infância. Disso, tenho a consciência de que o ludus é necessário, consequente natural da satisfação instintiva. Faz bem à alma e projeta algo do nosso eu, que nos faz sorrir e vibrar nossa alegria, completando nossa inteireza.
          Observa-se que as crianças brincam com aquilo que será a sua profissão, como se fosse a semente do seu futuro; vocação que as direciona a coisas do devir. Na infância, muito brinquei de sala de aula, ensinando ou aprendendo. Enfim, praticamente, além disso, fiz pouca coisa na vida. E por isso, quando não pronunciam o meu nome, chamam-me de “professor”. A primogênita Sarah, divertindo-se com as irmãs Deborah, Rachel e Esther, desde cedo, não podia ver um lápis grafite, e logo começava a traçar casas, ruas, praças, coisas, gente e coqueiros, o que não se esgotava nem no rio, nem no mar. E logo acima, as nuvens, o céu e os pássaros.
          Sua mãe Maria Luiza, observando-a nesses detalhes, guardou a orientação, à filha quando jovem, de que ela seria arquiteta. Sem ouvir tal conselho, inscreveu-se Sarah em outras opções, mas os resultados dos exames a matricularam em Arquitetura, que cursou com êxito, na Universidade Federal da Paraíba, sob elogiosas aprovações dos seus docentes. Profissional formada, numa vocação que a chamava desde menina, há vinte anos, realiza admiráveis projetos, reunindo neles o que é belo e o que é útil. Assim, já fez, especialmente em condomínios, trabalhos exitosos, que provocam novos convites, e todos atendidos de uma forma diferente e inovada, cheios de surpresa.
          A CasaCor, agora, na Avenida Ruy Carneiro, 700, em Miramar, abre, pela terceira vez, espaço a Sarah para que ela apresente a sua arte, como fez em vezes anteriores: com destaque e sucesso. Até o dia 9 de julho, com o mesmo entusiasmo, a CasaCor nos oferece, no endereço acima, também outras lindas apresentações, inclusive a da filha de Sarah, a arquiteta Rebeca Cavalcanti e do seu genro Pablo Máximo.  
          Dessa vez, Sarah não guarda segredo de que conhece a Deca “como marca de referência em louça e metais”, e com esse apoio, navegou nesse mundo, e pesquisou como aconteciam, historicamente, os banhos termais, especialmente os públicos, como eram as famosas termas, nas principais cidades do Império Romano, e também, nesse sentido, estudou o assunto na antiguidade da Grécia, Turquia e Egito. Dedicou-se com a lupa às termas de estilo romano, como as dos Banhos de Tito, de Domiciano, de Trajano, de Diocleciano e as famosas de Caracala, que restam ao lado do Coliseu e do Circo Máximo, em Roma, o que brilha no seu ambiente Salus Deca Spa.
          A partir de Caesar e dos generais romanos, viver significava estar em Roma, longe das lutas e conquistas do Império, e viver feliz, nessas termas, constantes naquelas arquiteturas, e em cujas instalações se encontravam condições e conforto para ler, curar e cuidar da saúde, relaxar e socializar as crônicas do dia. Com afinco, Sarah idealizou, abstraindo da Antiguidade Clássica e do progresso do modernismo, na CasaCor Paraíba 2023, muita beleza no fascínio de um prazeroso  SPA, onde não esqueceu os elementos primitivos da argila, da pedra, da água e do fogo.  


 

Damião Ramos Cavalcanti
Enviado por Damião Ramos Cavalcanti em 22/06/2023
Alterado em 22/06/2023


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